Raytheon

O quartel-general da empresa em Waltham, Massachusetts, na costa leste dos Estados Unidos.

Raytheon Company (NYSE: RTN) é um conglomerado norte-americano que atua na área de armamentos e equipamentos eletrônicos para uso militar e comercial. É a maior produtora mundial de mísseis guiados.[1]

Fundada em 1922, a empresa adotou a denominação atual em 1959. Tem cerca de 63.000 empregados, distribuídos por todo o mundo[2] e uma receita anual de aproximadamente US$25 bilhões. Mais de 90% dessas receitas são provenientes de contratos militares e, em 2012, a Raytheon era o quinto maior fornecedor de equipamento militar do mundo,[3] e o quarto maior do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, em termos de receita.

Em 2003, a sede da Raytheon foi transferida de Lexington (Massachusetts) para Waltham (Massachusetts)[4] Anteriormente, foi sediada em Cambridge (Massachusetts) (de 1922 a 1928), Newton (Massachusetts) (de 1928 a 1941) e Waltham (de 1941 a 1961), Lexington (de 1961 a 2003), voltando para Waltham a partir de 2003.

A empresa participou de licitação para instalação do Projeto SIVAM na Amazônia e ganhou a concorrência para instalação do sistema de radares no Brasil.[5][6][7]

Em 2010, a Raytheon desenvolveu um sistema denominado Rapid Information Overlay Technology (RIOT), que permite ao usuário rastrear os movimentos das pessoas e até mesmo prever o seu comportamento por mineração de dados de sites de redes sociais, incluindo Facebook, Twitter, Instagram, Gowalla e Foursquare.

Divisões da Raytheon

  • Raytheon Integrated Defense Systems|Integrated Defense Systems
  • Raytheon Intelligence and Information Systems
  • Raytheon Missile Systems
  • Network Centric Systems
  • Raytheon Technical Services Company LLC
  • Raytheon Space and Airborne Systems
  • Raytheon Aircraft Company.

Em dezembro de 2006, a GS Capital Partners (pertencente ao banco Goldman Sachs) e a Onex Partners, uma empresa canadense de investimentos, compraram a Raytheon Aircraft Company por US$ 3,3 bilhões. Em março de 2007, a empresa passa a se chamar Hawker Beechcraft.[8]

Espionagem industrial: o caso SIVAM

Segundo o relatório de investigação feita pelo Parlamento Europeuem 2001,[7] o Echelon, operado pelos Cinco Olhos,[9] foi usado pelos EUA para colaborar com a empresa americana Raytheon por ocasião da concorrência, lançada pelo governo brasileiro, por serviços e equipamentos para o sistema de vigilância da Amazônia, o SIVAM. Os americanos venceram a disputa.[10]Nos documentos da comissão, o SIVAM é mencionado como um dos primeiros e mais importantes casos de espionagem econômica realizada pelo sistema militar Echelon, desenvolvido a partir de 1952, durante a Guerra Fria contra a União Soviética. Outros episódios de manipulação de negócios bilionários foram referidos pela comissão, a exemplo do registro de um grampo durante negociações entre o consórcio aeronáutico europeu Airbus e o governo da Arábia Saudita, no mesmo período do Sivam. Nesse caso, a Airbus perdeu US$ 1 bilhão em vendas para as concorrentes americanas Boeing e McDonnell Douglas.[6]

Coleta de dados pessoais de sites de redes sociais

O RIOT foi apresentado em abril de 2012 ao governo dos Estados Unidos, durante uma conferência sobre "inovações secretas e reservadas", mas a sua existência só foi tornada pública em 10 de fevereiro de 2013, graças ao jornalista free-lancer Ryan Gallagher, que teve acesso ao vídeo de apresentação do sistema e publicou matéria sobre o assunto no Guardian.[11]

Segundo seus criadores, o RIOT permite analisar "trilhões de entidades" — indivíduos, grupos, comunidades, organizações — no ciberespaço. A tela de abertura do programa é semelhante à do Google. Digitando-se na janela de busca o nome de uma pessoa, chega-se rapidamente aos seus amigos, aos sites e redes sociais que utiliza, aos lugares (com a latitude e a longitude exatas) que frequenta e o que faz lá. Assim é possível prever suas ações futuras.[11] A Raytheon afirma que não vendeu o software para nenhum cliente, mas compartilhou-o com a indústria e o governo dos EUA. Segundo Gallagher, os serviços de inteligência têm monitorado de modo cada vez mais invasivo a Internet. Em fevereiro de 2012, o FBI enviou um pedido de informações à indústria de novas tecnologias, solicitando sistemas para monitorar cidadãos nas redes sociais.[12]

Referências

  1. Missile maker hopes to diversify, create technology for peacetime Arquivado em 11 de fevereiro de 2012, no Wayback Machine.. Sazhightechconnect.com.
  2. Raytheon Company : Investor Relations : FAQs. Investor.raytheon.com
  3. «Defense News Top 100». Defense News Research. 2012 
  4. New Raytheon Headquarters to Open October 27 in Waltham, Mass. 22 de outubro de 2003
  5. Radar da polêmica. Sivam é inaugurado por FHC sob chuva de denúncias, que começaram em 1995. Por Leonel Rocha. Istoé, 26 de julho de 2002
  6. a b Um grampo bilionário, Revista Época, 13 de dezembro de 2010.
  7. a b Relatório sobre a existência de um sistema global de intercepção de comunicações privadas e económicas (sistema de intercepção ECHELON) - Comissão Temporária sobre o Sistema de Intercepção ECHELON - A5-0264/2001
  8. «Raytheon completes sale of aircraft unit to Hawker Beechcraft for 3.3 bln usd». FinanzNachrichten. 26 de março de 2007 
  9. «Os "Cinco Olhos" e os cegos. Como FHC ignorou os alertas da espionagem dos EUA durante seu governo» 🔗. Por Walter Maierovitch. Carta Capital. 11 de novembro de 2013 
  10. Brasil sabe desde 2001 que os EUA espionam internet. Mundo. Folha de S.Paulo, 11 de julho de 2013.
  11. a b RIOT, o novo espião social da internet. Outras Palavras, 15 de fevereiro de 2013.
  12. Gallagher, Ryan (10 de fevereiro de 2013). «Software that tracks people on social media created by defence firm». Guardian 

Ver também

Ligações externas

  • www.raytheon.com
  • O monitoramento dos EUA. Documentos revelados por Snowden mostram a ação da NSA no Brasil e no mundo. Estadão, 26 de outubro de 2013
  • Mapa mostra volume de rastreamento do governo americano. Brasil é o país mais monitorado da América Latina. FAIRVIEW: programa que amplia a capacidade da coleta de dados. . O Globo, 11 de junho de 2013.
  • EUA espionaram milhões de e-mails e ligações de brasileiros. País aparece como alvo na vigilância de dados e é o mais monitorado na América Latina. Por Glenn Greenwald, Roberto Kaz e José Casado. O Globo, 6 de julho de 2013.País aparece como alvo na vigilância de dados e é o mais monitorado na América Latina.
  • Ministério de Minas e Energia foi alvo de espionagem do Canadá. O Globo, 6 de outubro de 2013.