Hipoglicemia reativa

Hipoglicemia reativa é um termo médico que descreve episódios recorrentes de hipoglicemia sintomática, que ocorrem de duas a quatro horas após a ingestão de uma refeição rica em carboidratos ou de glicose. Imagina-se que seja consequência de uma liberação excessiva de insulina estimulada pela refeição de carboidratos, mas que perdura passado o período da digestão e da disponibilidade de glicose derivada da ingestão.

A prevalência desta condição é controversa e de difícil determinação, pois têm sido usadas algumas definições muito estritas ou amplas demais, e porque muitos portadores saudáveis e assintomáticos podem mostrar em seu exame de tolerância à glicose um padrão característico de hipoglicemia reativa. Foi proposto que o termo hipoglicemia reativa seja reservado ao padrão de hipoglicemia pós-prandial que concorda com os critérios de Whipple (os sintomas correspondem a glicose comprovadamente baixa e são aliviados pela elevação da glicose), e que o termo síndrome pós-prandial idiopática seja usado para padrões similares de sintomas onde níveis anormalmente baixos de glicose concomitantes ao aparecimento dos sintomas não podem ser documentados.

Sintomas comuns

Embora os sintomas variem de acordo com a sensibilidade individual à elevação ou decréscimo nos níveis de glicose, alguns dos sintomas mais comuns são:

  • fadiga
  • cefaleia
  • palpitações
  • depressão
  • nervosismo
  • irritabilidade
  • tremores
  • rubores
  • desejo por coisas doces
  • apetite aumentado
  • rinite
  • sudorese
  • resposta pseudo-epilética a luzes brilhantes piscando

Causas

Há diferentes tipos de hipoglicemia reativa:

  • Hipoglicemia alimentar (consequência da síndrome de dumping). Ocorre em cerca de 15% das pessoas que realizaram cirurgia gástrica).
  • Pré-diabetes.
  • Hipoglicemia hormonal (devida à falta de alguns hormônios, como no hipotireoidismo, por exemplo).
  • Gastrite induzida por Helicobacter pylori. Alguns relatos sugerem que a gastrite por Helicobacter pylori pode contribuir para a ocorrência de hipoglicemia reativa.
  • Deficiência enzimática congênita: Intolerância hereditária à frutose, galactosemia e sensibilidade à leucina na infância.
  • Hipoglicemia reativa idiopática

Para verificar se de fato se trata de hipoglicemia quando os sintomas aparecem, deve-se fazer um exame de nível de glicose, ou, mais acurado para este tipo de diagnóstico, um teste de refeição. Então pode-se determinar se existe alguma outra doença (por exemplo o hipotireoidismo) que seja a causa da hipoglicemia reativa.

Tratamento

Para aliviar a hipoglicemia reativa, alguns profissionais de saúde recomendam o seguinte:

  • comer refeições pequenas e lanches a cada 3 horas.
  • ingerir alimentos variados, incluindo carne vermelha, aves, peixe ou outras fontes de proteína, vegetais e produtos lácteos.
  • escolher alimentos ricos em fibras e de índice glicêmico médio ou baixo.
  • evitar ou limitar alimentos ricos em açúcar, especialmente se o estômago estiver vazio.
  • evitar álcool, cafeína, alimentos ricos em amido como arroz branco, batatas, milho e pipoca.
  • adicionar fibras solúveis à refeição (como 5 a 10 g de hemicelulose, pectina ou goma guar à refeição pode ajudar a aliviar os sintomas, especialmente durante a síndrome de dumping).

Aconselha-se consulta a um Nutricionista profissional para planejar a dieta. Embora alguns profissionais de saúde recomendem uma dieta rica em proteína e pobre em carboidratos, estudos não provaram a eficácia deste tipo de dieta para a hipoglicemia reativa. Se a dieta não causar alívio nos sintomas alguns medicamentos podem ser úteis, mas devem ser prescritos por um médico.

Síndrome pós-prandial e Síndrome adrenérgica pós-prandial

Se não se constatar hipoglicemia na ocorrência dos sintomas, então trata-se de uma síndrome pós-prandial. Poderia ser uma síndrome adrenérgica pós-prandial: a glicemia será normal, mas os sintomas são causados por uma contra-regulação adrenérgica autônoma. Frequentemente esta síndrome é associada a tensão emocional e comportamento ansioso. Poderia então ser avaliada a possibilidade de uma abordagem psicoterapêutica.

Ligações externas

  • Associação Brasileira de Medicina Complementar
  • UOL Boa Saúde
  • J. F. Brun, C. Fedou & J. Mercier. Postprandial reactive hypoglycemia. Paris: Diabetes and Metabolism, 2000. Nº 26, pp 337-351 [1]